Na hora de reclamar ou de buscar informações sobre uma empresa, o consumidor poderá fazer um 0800 pela internet. Lojas, órgãos do governo, bancos e operadoras de telefonia e energia vão disponibilizar na web um serviço de atendimento gratuito semelhante ao oferecido por telefone.
A navegação visa a atender famílias de baixa renda e pessoas que utilizam internet com limitação de tráfego de dados.
Um projeto piloto será implementado em março na região administrativa do Varjão, no Distrito Federal, que abriga cerca de 9 mil habitantes.
A proposta da internet 0800 é do Ministério das Comunicações. O titular da pasta, Paulo Bernardo, chama a ideia de “tupiniquim” por ser pioneira no mundo.
Será possível realizar operações bancárias, compras virtuais e mesmo reclamar sem precisar pagar. A navegação será colocada na conta das empresas.
Órgãos do governo devem ser os primeiros a inovarem. O acesso grátis pode atingir os ministérios da Previdência Social, do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Educação.
O governo estuda, inclusive, criar domínios próprios na rede para diferenciar o serviço grátis das tradicionais conexões. Para órgãos públicos, podem ser adotados os endereços com final 0800.gov.br. Já empresas privadas, usarão 0800.com.br.
O ministro diz que a novidade não vai substituir o serviço telefônico gratuito, mas poderá baratear o custo de atendimento ao consumidor para as empresas. Se der certo, a ferramenta pode ser uma alternativa ao call center. O único problema é que o sistema pode provocar demissões.
O governo federal, em breve, vai se reunir com operadoras de telefonia, com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal para definir a forma de funcionamento do programa.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapes), Anilton Salles, aprova a ideia e diz que a proposta é bastante válida. O único questionamento é sobre a velocidade do acesso que será oferecida ao consumidor.
Salles, que é coordenador do Laboratório de Telecomunicações da Ufes, afirma que para corresponder as necessidades do cidadão, a conexão terá que ter pelo menos 500kbps.
Rede sem fio de graça em estudo
Enquanto o Plano Nacional de Banda Larga oferece conexão a R$ 29,90, o governo do Estado estuda uma forma de disponibilizar internet wi-fi de graça.
Bairros de baixa renda, próximos a órgãos públicos, podem ser os primeiros beneficiados. A expectativa é de que o serviço tenha 500 kbps de velocidade.
O presidente da Fapes, Anilton Salles, diz que o programa de internet social será implementado devido a um trabalho de expansão da fibra ótica.
Hoje, todas as obras realizadas com recursos do governo já preveem dutos para a passagem da infraestrutura de rede.
Em busca de apoio para a ideia, hoje, Fapes se reunirá com a Telebras para discutir a proposta. Depois do carnaval, a iniciativa será apresentada ao governo federal.
Professor Anilton Salles explica que a internet social poderá ser acessada pelo celular, notebook e tablets nas ruas. Mas o serviço também poderá chegar à casa das pessoas e ser usado em computadores de mesa, com tecnologia wireless.
Mikaella Campos
mikaella.campos@redegazeta.com.br